Estou a fazer uma viagem de comboio. Não há lugares marcados, havendo vários livres na minha carruagem. A meio da viagem o comboio acabou de parar numa paragem que não sei qual é. Entrou uma pessoa que se sentou ao meu lado.O comboio retomou a sua marcha. Essa pessoa não pára de olhar e tentar meter conversa comigo, eu estou a ouvir mp3 e não quero falar com ninguém, afinal este é o momento do dia que é só meu, eu, a música e os meus pensamentos.
A pessoa insistentemente fala comigo, eu para ver se ela se cala lá lhe dou alguma atenção. Reparo na sua cara que não me é estranha mas penso para comigo que é normal, afinal faço esta viagem todos os dias, ida e volta, a minha escola fica longe mas não me posso queixar gosto do ambiente, das pessoas e esta viagem completa-me o dia, faz-me bem ... e é normal que me tenha já cruzado com esta pessoa. Ela apresenta-se : "Olá sou o Hugo". Mais uma vez aquela voz é-me familiar. Ele continua: "Andei contigo na escola, não te deves lembrar de mim...", finalmente associei o nome àquela cara e reconheci-o, perdi o contacto com quase todas as pessoas que fizeram parte da minha infância e ele não foi excepção. Mudei de casa e isso não ajudou à falta de contacto e a esquecer-me das pessoas que aprenderam comigo as primeiras lições da vida. Continuamos a conversa a contar o que temos feito durantes estes tantos anos que não falámos. É anunciada a próxima paragem, é aqui que eu saiu. Ele continua o percurso, trocámos números de telemóvel e algo nos faz prometer que iremos manter o contacto.
Despeço-me : "Adeus, até uma próxima estação".
Texto Realizado na aula de Psicologia